quinta-feira, 15 de março de 2012

Jesus, nossa Páscoa


*Araripe Gurgel



A Páscoa é a maior de todas as festas do mundo cristão! Mas sua verdade tem sido escondida por muitos séculos. Durante o império romano, autoridades do clero sentenciavam à morte nas fogueiras da chamada "Santa Inquisição", aqueles que fossem flagrados comemorando a Páscoa. Por esse motivo os cristãos deixaram de comemorar, da maneira devida, essa tão importante festa cristã.



Essa festa, que foi instituída pelo próprio Deus, tem sido deixada de lado e, pior que isso, tem sido tratada como uma festa pagã, onde toda atenção se volta para um coelhinho e ovos de chocolate, desviando, assim, o objetivo da verdadeira Páscoa.



A Páscoa é a comemoração da libertação do povo de Deus da escravidão no Egito, há aproximadamente 3300 anos. A história da servidão e do sofrimento crescente do povo e a missão confiada por Deus a Moisés e Arão, como também seus esforços para libertar o seu povo, encontra-se no livro de Êxodo, nos capítulos de 1 a 15.



Depois de tanto sofrimento e uma tão longa espera, chegou, finalmente, a hora da libertação. Motivo de festa para o povo de Deus, que deveria comemorar com um cordeiro, pães ázimos (pães sem fermento) e ervas amargas.



Foi também um dia de tristeza para os inimigos de Deus, pois o anjo da morte estava passando e todos os primogênitos dos que não tivessem nos umbrais da porta de sua casa o sangue do cordeiro, deveriam morrer. (Ex. 12:12 a 14).



As ervas amargas representavam o sofrimento e a escravidão que tiveram no Egito. Os pães deveriam ser ázimos (sem fermento), porque o povo tinha pressa e não podia esperar mais - e também figuravam o Pão da Vida ( disse Jesus: "Eu Sou o Pão da Vida, quem comer deste Pão viverá para sempre"); o cordeiro tinha de ser imolado e seu sangue passado nos umbrais da porta, como marca de que ali morava uma parte do povo de Deus.



Esse sangue, que Moisés, instruído por Deus, ordenou que se passasse nos umbrais, nada mais era do que a figura do Cordeiro de Deus que, exatamente na Páscoa, 1300 anos depois, entregou-se para ser morto e, como o Cordeiro Pascal, derramou o seu sangue para nos livrar da morte eterna.



Os evangelistas Lucas, Marcos e Mateus narram que em Jerusalém se comemorava a Páscoa, segundo a tradição, desde Moisés, cumprindo a ordem do Senhor: "celebrá-lo-eis por festa ao Senhor como estatuto perpétuo".



Jesus sabia que aquela era a mais importante de todas as comemorações da Páscoa, sendo determinada por Deus, para que Ele fosse entregue como Cordeiro Pascal. Ele disse: "...daqui a dois dias é a Páscoa e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado".(Mateus 26:2).



Jesus, então, convidou seus discípulos para essa comemoração, assentou-se à mesa com eles e disse: "Eu desejei muito comer esta Páscoa convosco".



Se pudéssemos penetrar no coração de Jesus naquele momento, para entender o verdadeiro significado daquelas palavras... aquele era o momento! Aquela era a Páscoa esperada por mais de 3000 anos, desde a queda do homem no jardim do Éden. Era o momento da redenção! O momento de reabrir ao homem pecador o caminho a Deus. Era o reencontro do homem com o seu Criador!



E Ele, tomando o cálice disse: "Este é o meu sangue que é derramado por vós". O Cálice da nova aliança! E tomando o pão disse: "este é o meu corpo, que eu dou por vós".(Lucas 22:7 a 20). Jesus disse, ainda, que cada vez que ceiássemos, o fizéssemos em memória dEle. Ele estava se referindo àquela ceia, a ceia da páscoa.



O texto narra que Ele, saindo dali, foi traído por Judas, entregue aos soldados romanos, julgado por Pilatos, que era também uma autoridade romana, e, em seguida, morto pelos soldados, cumprindo a profecia de Isaías 53, que diz : "como um cordeiro mudo foi levado... mas Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si...Todos nós andávamos desgarrados, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos".



Jesus queria, naquele momento, dizer que Ele era o Cordeiro Pascal representado por todos aqueles anos, no tabernáculo do deserto, e no Templo em Jerusalém. Na plenitude dos tempos Deus enviou Jesus (Efésios 1:10) e cumpriu o seu propósito de convergir nEle todas as coisas, as que estão nos céus e na Terra, as que foram antes e as que viriam depois.



Essa foi a Páscoa esperada por mais de 3000 mil anos, desde a queda de Adão e a promessa de Deus, de que da semente da mulher nasceria um que esmagaria a cabeça da serpente. Era o sacrifício completo.



O mais importante da Páscoa, é que nela Jesus ressuscitou dos mortos: Ele venceu a morte! Ele não ficou na sepultura, mas saiu dela trazendo as chaves do inferno e da morte. "Pela morte Ele aniquilou o que tinha o império da morte, isto é, (aniquilou) o diabo” (Heb.2:14). Ele entrou na sepultura como Cordeiro Pascal e saiu dela como O Vitorioso Leão da Tribo de Judá.



Esta é a ordem de Deus: "Assim pois, comereis: ...esta é a Páscoa do Senhor. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor: em todas as vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo." (Êxodo 12:14).



É na páscoa que recebemos nossa maior vitória como filhos de Deus! "Porque Cristo, a nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Festejemos, então, com os pães ázimos da sinceridade e da verdade". (I Corintios:5:7). Comemore, pois, a verdadeira Páscoa com Jesus, o Cordeiro Pascal!







*Pastor na Igreja Cristã da Trindade

http://www.ictrindade.com.br/

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